Apesar do despreparo principalmente de teor físico, espacial, que é geral em todos os lugares, vejo uma vontade legítima de melhora entre os profissionais e alunos. Hoje consigo perceber que há mais compreensão por parte de grande parte dos alunos, principalmente sobre os casos mais graves ou menos normativos. Isso se deve ao árduo trabalho interno de equipe entre professores e administração e às políticas de inclusão que são pequenas e possuem poucas vagas mas são cada vez mais importantes.
Eu hoje sou professora concursada de um colégio público no Rio de Janeiro com muitos desafios diários mas quando eu penso que nunca tive um professor com deficiência e que isso nunca foi questionado por ninguém sinto uma estranheza.
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Nesse texto quero homenagear algumas mulheres importantes nesse meu caminho de aprendizado diário em brilhar diante das adversidades. Primeiro e antes de qualquer coisa à minha mãe, Ana Paula, que sempre acreditou que era possível e luta todos os dias ao meu lado mostrando que com persistência e sorriso no rosto é possível mudar um mundo por dia.
À Amanda Lyra, minha inspiração de obstinação e arte que faz tudo ser possível. À Fernanda Lima, amiga de função e apoio de luta diária que com as lindas palavras da língua portuguesa e muita delicadeza e perspicácia move as mentes de adolescentes agitados na escola comigo. E à Alessandra Karina que com toda dedicacao e paciência me ensina a lidar com meus queridos alunos que não cabem neste sistema. Quero concluir dizendo que a deficiência não faz de ninguém super herói e nem pode ser sinônimo de superação pois queremos somente as oportunidades de vida íntegra como qualquer pessoa deveria ter. Não é por isso que agradeço a elas. Agradeço por ver o brilho por trás das nuvens.
Por Ana Carolina Sênos é Mestranda em Direitos Humanos e Política Públicas pela UFRJ, Graduada em Artes Visuais pela UERJ, militante feminista, bissexual, não monogâmica e pessoa com deficiência que faz do cotidiano na escola pública que leciona artes um ato político diário.